Ácido tranexâmico como agente anti-mancha diferenciador

As manchas resultam de uma desregulação na produção de melanina (pigmento responsável pela cor da pele). As hiperpigmentações são tratadas por produtos despigmentantes que vão bloquear a melanogénese, ou seja, a síntese de melanina.

 

Como travar a melanogénese?

  • Evitar a exposição solar uma vez que as radiações ultravioletas (UVs) são responsáveis pela produção de melanina como filtro natural da nossa pele;
  • A exposição solar cria um stress oxidativo o qual provoca uma inflamação que leva ao estímulo da melanogénese. O stress oxidativo, sendo um dos mecanismos responsáveis pela hiperpigmentação, é possível de contrariar com a ingestão oral de antioxidantes.
  • Utilização de cremes despigmentantes.

 

Mecanismos de ação dos despigmentantes:

– Acelerar a renovação celular epidérmica criando uma esfoliação superficial, facilitando a eliminação dos queratinócitos hiperpigmentados. (ex: ácido glicólico);

– Atuar em diferentes etapas da melanogénese: impedir a síntese da melanina pelo melanócito (ex: ácido kójico), impedir a transferência da melanina contida nos melanossomas para os queratinócitos (ex: niacinamida), ou destruir os melanócitos;

– Impedir a formação de radicais livres (ex: vitamina C);

– Atuar a nível da inflamação associada indiretamente à hiperpigmentação (ex: ácido tranexâmico)

 

O ácido tranexâmico: mecanismo de ação

A exposição solar, as hormonas, certos medicamentos, são suscetiveis de desencadear a produção de mediadores inflamatórios os quais são responsáveis pelo aparecimento de manchas. O ácido tranexâmico diferencia-se dos outros despigmentantes mais vulgarmente usados, que atuam principalmente inibindo a enzima tirosinase, responsável pela produção de melanina.

Inicialmente, era usado como antifibrinolítico, em cirurgias cardíacas, bem como para reduzir perdas de sangue em pacientes com menorragias. No entanto, em 1979, os médicos notaram acidentalmente que os pacientes tratados com ácido tranexâmico viram as suas manchas pigmentares ficarem reduzidas significativamente. Desde então, muitos estudos têm comprovado a sua eficácia no tratamento de hiperpigmentações como: melasma, marcas residuais de acne, manchas solares,…

Este agente funciona inibindo a conversão do plasminogénio em plasmina, que é libertada sempre que a nossa pele sofre uma agressão. Portanto, o ácido tranexâmico inibe a síntese de melanina não pela atuação direta nos melanócitos, mas através da inibição dos ativadores de melanócitos que surgem num processo inflamatório.

Trata-se de um composto incolor e solúvel em água, é indicado em solução ou emulsão, numa concentração geralmente até 3%, utilizado duas vezes ao dia, em associação com o protetor solar.

 

 

 

 

 

 

 

+ info em:

Forbat, E., Al‐Niaimi, F., & Ali, F. R. (2019). The emerging importance of tranexamic acid in dermatology. Clinical and experimental dermatology.